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Informados pelos órgãos da Santa Sé, acerca da decisão do Santo Padre, o Papa Francisco, de enviar um seu delegado à V Ultreia Mundial, quisemos ouvir o sentir do Diretor Espiritual do Organismo Mundial dos Cursilhos de Cristandade, Dom Francisco Senra Coelho, acerca deste mesmo ato.

D. Francisco, o que é um Delegado Papal?

R: É uma representação muito próxima do Santo Padre, para desvincar a sua solicitude e a sua proximidade, perante um acontecimento, uma realização, trazendo, assim, alguém, em Missão muito especial, a sua Paternidade Apostólica, para que sintamos com relevância a sua presença.

O Delegado Papal tem como função, representar a pessoa do Santo Padre e tudo aquilo que possa ser a sua presença, o seu apoio e a sua atenção ao acontecimento, por isso, o Santo Padre, o Papa Francisco, tomou essa decisão de fazer representar-se, de um modo tão significativo e, ao mesmo tempo, para nós, cheio de penhor, na medida em que esta atitude do Santo Padre é, para nós, um compromisso de, cada vez mais, correspondermos ao carisma do Movimento dos Cursilhos de Cristandade.

É, no fundo, um sinal paternal de muito Amor e de uma presença de compromisso, para que nos sintamos fortalecidos e apoiados pelo seu Ministério de Sucessor de Pedro.

 

Quando recebeu a carta que confirmou a presença do Cardeal D. João Braz de Aviz em Portugal, que sentimento o invadiu nesse momento?

R: O contexto da carta foi muito belo; foi no serão de Sábado Santo, mesmo às portas da Vigília Pascal que eu iria presidir numa das Paróquias da Arquidiocese de Braga, em Esposende. Seria uma Vigília, às 22h00, em que tive a felicidade de participar e, por volta das 21h00, recebi o telefonema do Senhor Núncio Apostólico de Lisboa a dizer-me que o Santo Padre tinha concedido esta graça ao Movimento, em ambiente de Páscoa. Foi uma prenda pascal, por isso, se reveste de muita ternura…

É sempre surpreendente o Papa Francisco, no seu carinho e, ao mesmo tempo, a maneira de se tornar presente…

Quando eu ouvi esta notícia, percebi que o Papa sabia estar com as pessoas, naquela noite da Vigília, a mãe de todas as Vigílias da Ressurreição de Cristo. Ele estava a dizer que estava connosco nesta grande tarefa e nesta grande Missão de tornarmos Cristo presente no mundo das pessoas.

Nós encontramos tantas pessoas no vazio do coração, na escuridão interior, na solidão que fazem, de facto, diferença quando encontram Cristo, Luz do mundo…

Era a noite do lume novo, a noite do Círio Pascal e foi, nessa noite, que o Papa disse que estaria connosco de uma maneira muito comprometida, através do seu Delegado Pontifício, exactamente, neste desafio: que nós acendamos muitos corações apagados, que façamos a estrada como João Baptista, que no nosso serviço saibamos diminuir na dádiva de quem serve.

Foi, assim, com um grande sentido de gratidão, de compromisso e, ao mesmo tempo, de responsabilidade, por merecermos tão grande afecto, que recebi esta notícia.

Para mim, foi, de facto, a confirmação de que o Senhor está connosco. Para nós, o sucessor de Pedro é, de facto, também a presença do próprio Senhor ressuscitado, no primeiro discípulo do Senhor, por isso, faz a unidade da Igreja.

Nós queremos, através dele, sentirmo-nos em comunhão com toda a Igreja, ao serviço de toda a Igreja, dando o melhor de nós, como Movimento, a esta missão que o Senhor suscitou em nós, através do carisma do Movimento, o primeiro anúncio àqueles que estão fora, afastados, que não tiveram oportunidade de se reverem no seu amor e renascerem numa vida diferente e nova. Este compromisso, que nasce renovado, através do Movimento dos Cursilhos de Cristandade presente em todo o mundo e que vai estar aqui representado em 38 países, em mais de 8000 pessoas.

 

Esta foi, de facto, uma grande notícia…. Que mensagem quer deixar a todos os cursilhistas presentes em Fátima, nestes três dias?

R: A mensagem que deixo a todos, é que sintam o que o Senhor está a dizer: que conta connosco! Cristo está acordado de alguns sonos de comodismo e de algumas atitudes que podem apoderar-se de nós ao longo do tempo, como a rotina, muitas vezes, geradora, de modelismos ou de paradíseas.

É hora dos Cursos de Cristandade! É hora de todos os que tiveram, um dia, esta experiência, que não se deixem ficar pela atitude de indiferença ou do dialeto, mas se entreguem de alma e coração a esta grande tarefa, para vivermos a alegria do Evangelho, que o Papa Francisco nos propõe, de testemunharmos a todos uma vida salva em Cristo. Seguir Cristo é renovar-se interiormente, é, no fundo, viver na luz. E essa diferença há-de ser testemunhada, na nossa alegria, na nossa esperança e há-de provocar e desafiar os que se metem nas trevas, na solidão e no vazio.

Que a nossa vida seja, uma proposta, um lugar de encontro com Deus, que cada um dos Cursilhistas de Cristandade, seja, activamente, um Apóstolo, um Discípulo Apóstolo de Cristo ao serviço de uma humanidade que sofre, tantas vezes, dores dolorosas, feridas dolorosas, provocadas pelo abandono e pela falta de referências de amor. Que cada Cursilhista de Cristandade saiba que é expressão viva do Amor do Senhor pela humanidade.

Nós somos convidados a tornar esse Coração de Cristo presente, através da nossa amizade sincera, verdadeira, geradora de confiança, aonde se cria o ambiente propício à grande partilha do segredo da nossa felicidade, que é alguém… Nosso Senhor Jesus Cristo.

É hora dos Cursos de Cristandade!

D. Francisco, Bispo Auxiliar de Braga e Director Espiritual do O.M.C.C..

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